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quinta-feira, 13 de março de 2008

Alma Feminina

Bom hoje entrei aqui para falar um pouco do mundo feminino e das expectativas que tem as mulheres em relação as coisas que ocorrem em suas vidas...

Estarei falando de maneira geral, em nenhum momento estarei aqui afirmando qualquer coisa, mas possibilidades de reação de um mundo constituído por muitos mitos e que na idade adulta descobrimos serem inexistentes a partir do confronto com a própria vida e suas dificuldades...

Como já falei acima, nós mulheres, da cultura brasileira, ao longo do nosso aprendizado na família vamos constituindo mitos irreais que, ao longo da vida, muitas vezes, à custa de sofrimento, descobrimos que o real é mais áspero, seco, sem poesia, sem fantasia. Que vida é um conjunto de elementos e caminhos que muitas vezes nos desviam dos nossos ideais e expectativas...

Aprendemos em nossa primeira socialização que o homem é uma ameaça, que o homem melhor que encontraremos em nossa vida adulta jovem será um príncipe perfeito, que nunca nos fará qualquer mal, considerando aqui inclusive, o sofrimento ao nos deparar com um homem de verdade, humano com dificuldades, qualidades e passível de ótimas atitudes, contudo com um lado feio de alma, e isso é normal, afinal todos somos reais e humanos, imperfeitos...

O mundo cor de rosa que nos passaram só conseguiu até hoje causar grandes frustrações em nós. Sonhamos que cresceremos, que teremos um emprego legal, um protetor, um homem espetacular, com uma bondade divina, um mito.

Daí nos deparamos com um trabalho que nos exige responsabilidade, capacidade de criação, originalidade no que fazemos, dificuldades em todas as suas formas e as frustrações porque temos sempre expectativas melhores do que as possíveis...

Quanto ao companheiro na vida, sempre imaginamos um homem com quem viveremos para todo o sempre e, mais uma vez, nos deparamos com uma pessoa que ao longo de sua vida também encontrou várias adversidades, acumulou frustrações, busca objetivos ainda não muito bem alicerçados e com todas as neuroses que a vida nos impõe, e que sempre o relacionamento não é perfeito e nem viveremos para todo o sempre...

E os filhos, esses então coitados, transferimos as nossas expectativas daquilo que não conseguimos ser para eles, novamente nos deparamos com a frustração de descobrir que serão pessoas com concepção de mundo diferentes, buscas diferentes das nossas, escolhas, por nós, condenáveis às vezes. Esperamos na verdade que os filhos nos realizem naquilo que nos sentimos impotentes de fazê-lo, muitas vezes por medo do enfrentamento com a vida e até com nós mesmos...

Sabe gente, não estou casada, nunca procurei um príncipe perfeito, não tenho filhos. Isso que falo, são elementos que escuto ao longo de uma vida, especialmente na minha profissão. Todos esses elementos tem gerado angústias, depressões, distúrbios de comportamentos, insatisfações, seqüelas emocionais que dependendo da dimensão que ocuparam na nossa subjetividade, não conseguimos fechar completamente as lesões.

Me preocupo com isso, pois o sofrimento e a dor na subjetividade tem uma amplitude que acaba por nos levar a doenças graves e até muito comprometedoras dos nossos organismos. Isso ocorre porque à medida da dor emocional, liberamos em nosso organismo toxinas que vão se acumulando e nos adoecendo de verdade.

Todas essas expectativas criadas ainda nas fases da infância e adolescência, em nós, estão originando seqüelas em nossas subjetividades que mesmo com a ajuda de uma terapêutica psiquiátrica e psicológica, em alguns casos, não conseguiremos superar por completo.

Proponho que a partir de hoje não conjecturemos mais a vida, o nosso trabalho, o homem que está do nosso lado, os filhos que temos...

Busquemos primeiro descobrir os caminhos, o homem que escolhemos, os filhos que temos, porque cada coisa ou pessoa tem características próprias não serão nunca o que idealizamos, mas aquilo que podem ser no mundo e para nós...

São apenas singularidades únicas de uma totalidade e que a nossa alegria e felicidade não dependem disso ou daquele, mas de nós mesmos. O máximo que pode acontecer é que o conjunto de elementos que constituem nossa vida e as pessoas que amamos podem ou não contribuir para a nossa felicidade e/ou alegria, contudo eles não tem essa responsabilidade. Nós é que somos responsáveis pela beleza ou feiúra que a nossa vida tem, os caminhos da satisfação temos que procurá-los, não existem fórmulas prontas, o que existem são escolhas, e as que fazemos, depende de nós.

Os medos e os bichos que encontramos em nossos caminhos, nós mesmos os construímos, por isso nós mesmos é que temos de destruí-los...

Olhemos para a natureza, aprendamos com ela a sermos belos, mesmo com toda depredação sofrida. Sejamos felizes com o possível, com o que temos...

É só uma reflexão da vida...

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